A Retomada Econômica será pela Energia Verde

A Retomada Econômica será pela Energia Verde? Quando se fala em retomada econômica do Brasil, é fundamental abordar a questão ambiental para permitir que o país seja mais resiliente diante de crises mundiais, como a atual da Covid-19. E quem está falando isso não somos nós. 

 

Essa é uma das conclusões  em recente evento do Instituto ClimaInfo, Observatório do Clima e o GT Infraestrutura. O Relatório que é emitido pelas 3 entidades, propõe uma “Retomada Verde” e inclusiva no país em resposta à crise econômica provocada pela pandemia e pela crise climática. O trabalho analisou oito setores chaves, entre eles, o de energia solar, mobilidade, saneamento e resíduo sólidos, identificados com oportunidades. 

 

New Climate Economy 

 

A iniciativa “New Climate Economy” identificou que uma “Retomada Verde” pode resultar em um ganho líquido de US$ 26 trilhões em benefícios econômicos no mundo todo até 2030, se comparado com o “business as usual”. Esses benefícios incluem a criação de mais de 65 milhões de postos de trabalho em setores de baixa emissão de carbono até 2030.

 

 

O movimento de transição energética conduzido por governos e grandes corporações, que buscam mitigar mudanças climáticas, faz, portanto, do Brasil um país de grandes oportunidades para empresas da área de energia. 

 

O desenvolvimento de projetos de energia renovável, principalmente eólica e solar, tem sido a principal estratégia de companhias de geração / comercialização que buscam ampliar o portfólio no Brasil. Se antes estas empresas baseavam seus planos de expansão em venda de energia em leilões governamentais, agora o foco é viabilizar contratos de longo prazo com grandes consumidores que possuam bom risco de crédito, para fazer com que os recursos de venda da energia possam ser utilizados como garantia no financiamento dos projetos.

Geração Distribuída e fontes renováveis 

 

Além disso, o crescimento da modalidade GD (Geração Distribuída) no país demonstra o interese de pessoas físicas e jurídicas para se tornarem “prosumidores” e vai na contramão do desempenho da economia brasileira, que neste ano deve ter queda do PIB de 6%, segundo projeções do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), subordinado ao Ministério da Economia. De acordo com o balanço do Canal Solar, de janeiro a junho de 2019 foram registrados 544.193 kW em potência instalada no país. Já no primeiro semestre deste ano, este número foi de 956.807 kW, uma diferença de 412.614 kW.

 

 

Há uma clara tendência de aumento dos investimentos em fontes renováveis e negócios sustentáveis, beneficiando tecnologias de produção de energia eólica (inclusive off-shore), fotovoltaica, e em plantas hibridas. Ao Governo, cabe liderar as mudanças regulatórias e consolidação de normativos, que que garantam segurança jurídica e um ambiente propício para atração de investimento privado. Com isso, a iniciativa privada será responsável pela mudança do seu insumos energético e o Mercado de Capitais por financiar essa transformação econômica. 

 

 

Nesse contexto surgem os chamados Green Bonds (títulos verdes), que são títulos de dívida atribuído a uma empresa que tenha um impacto socioambiental positive e debentures de infraestrutura. Esse é um mercado que vem crescendo, embora ainda seja um mercado de nicho se comparado com o mercado tradicional de renda fixa global.

E qual o perfil das empresas sustentáveis? 

 

Por outro lado, a “Retomada Verde” é relevante para empresas de qualquer setor reposicionar a sua estratégia (e sua imagem!) perante o cliente final. A  pandemia despertou para uma nova mentalidade capitalista. Grandes corporações estabeleceram metas de sustentabilidade ambiciosas, com muitas aderindo ao movimento “Transform to Net Zero”, uma coalizão de empresas lideradas pela gigante Microsoft (e seu emblemático líder Bill Gates) para eliminar a poluição de seus negócios em menos de 30 anos. 

 

Por fim, o que se chama de “Retomada Verde” proporciona a concepção de novos modelos de negócio, surgimento de diversas startups e empresas de tecnologia, fundamentais para criação de postos de trabalho qualificados.

 

Reconstruir a economia exatamente como ela era não faz sentido. A retomada econômica precisa ir além da forma convencional de se fazer negócios, vencendo o “business as usual”. 

 

A recuperação econômica país deve estar embasada em uma retomada em “V”de verde!

 

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