22 de maio de 2020

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A mudança no perfil do consumo em tempos de crise

A mudança no perfil do consumo em tempos de crise

Falar sobre a mudança no perfil do consumo em tempos de crise nunca foi tão pertinente. O mundo e o Brasil já enfrentaram outros problemas que geraram uma retração no consumo de energia, mas, na história moderna, nada com tamanha dimensão de uma pandemia. 

 

O consumo de energia

 

Recentemente a CCEE – Câmara de Comércio de Energia Elétrica relatou uma drástica redução do Consumo de Energia Elétrica em meio a Pandemia de COVID-19 em todo o Brasil, inclusive publicamos um infográfico sobre esse estudo. Os setores com as maiores reduções de consumo são: Automobilístico, Têxteis, Serviços, Manufaturados, Minerais não-metálicos e Comércio, isso representa em torno de 68% de queda de consumo no ACL (Ambiente de Contratação Livre). 

 

Por outro lado, mesmo em meio a pandemia, o perfil de consumo de alguns setores tais como: Madeira, Papel & Celulose, Alimentício e Metálico tiveram um leve aumento devido ao aumento em sua demanda. Isso já é sinal de adaptabilidade.

 

E a economia? 

 

Diante da situação, a economia é afetada diretamente, pois a redução do consumo de energia elétrica reflete em redução da atividade. Sendo um momento de adaptação, não podemos tratar os problemas novos com soluções antigas, segundo Peppers & Rogers, no Livro “Descarte Velhas Regras, Adote Novas Leis”, o momento é de equilibrar metas de curto e longo prazo e revê-las em meio ao covid-19 para poder superar o momento.

 

Sendo assim, as regras muitas vezes cartesianas e lineares de gestão energia elétrica precisam ser revistas. Desperdícios, o uso ineficiente ou a inadequação tarifária nesse momento delicado é inadmissível. Além de “jogar dinheiro pelo ralo” é, de certa forma, irresponsável. Logo, rever o perfil de consumo e sugerir mudanças é o mais sensato, pois, se o cenário mudou, as operações precisam mudar também, assim como, o modelo de gestão.

O coronavírus não apenas mostrou a mudança e comportamento no perfil do consumo em tempo de crise, ele trouxe a necessidade de uma reestruturação na forma de pensar das empresas e (é fato!) que muitas delas pensam na sobrevivência em curto prazo, pois aguardam a rotina voltar ao normal. Diante da situação duas incógnitas surgem: 

 

➡ Quanto tempo a crise irá durar?
➡ Quando passar, as rotinas voltarão ao normal? 

 

Não devemos esperar a “maré baixar”, é importante começar a pensar na retomada das atividades. As decisões e estratégias terão que ser tomadas em mar revolto mesmo, e o planejamento das ações prioritárias é algo crucial, pois caso contrário,  estaremos à deriva.

 

Os 5 R’s

 

Recentemente uma publicação da McKinsey & Company, uma das maiores empresas globais de consultoria empresarial, apresentou cinco estágios que os líderes das empresas devem seguir na batalha contra o COVID-19, para encontrar um caminho viável economicamente e socialmente mais próximo do “novo normal”. 

Os estágios foram divididos em “5 R’s”, que são: Resolução, Resiliência, Retorno, Reimaginação e Reforma.

 

 

Resolução

 

O problema é de saúde,  então não podemos parar. Hospitais buscam aumentar suas capacidades de leitos, indústrias farmacêuticas aumentam a sua produtividade para evitar a escassez de remédios, empresas reduziram ou adequaram o seu quadro de funcionários e turnos, escolas movendo-se on-line para que os alunos continuam com o aprendizado, restaurante partindo para o delivery e assim por diante.

 

 

Resiliência

 

Ser resiliente é vital nesse momento, é o popular “aguentar firme”. Mas devemos ter cuidado em diferenciar resiliência de insistência. Resiliência é um processo de aprendizado e reestruturação, não se trata de apenas persistir. No curto prazo, o gerenciamento de caixa é fundamental, mas logo depois, as empresas precisarão agir de acordo com planos mais amplos, à medida que o choque começar a recuperar as estruturas industriais estabelecidas, redefinindo as posições competitivas.

 

Retorno

 

A retomada vai ocorrer, mas é fato que existirá um cenário AC e DC, ou seja, ANTES DO CORONA e DEPOIS DO CORONA. Não saberemos o cenário que iremos encontrar, pois não há ainda vacina, mas a vida tem que continuar como a história já mostrou frente a outras pandemias (ou outras guerras). Sendo assim, vai ser doloroso algumas decisões dentro das corporações, mas elas deverão ser tomadas pois o retorno será inevitável. O ser humano precisa de esperança!

 

Reimaginação

 

A crise não só está apontando apenas vulnerabilidade, mas também mostrando outras oportunidades de desempenho dos negócios. A gestão energética pode ser um grande exemplo, pois algumas empresas estão conseguindo reduzir o seu consumo sem comprometer a eficácia, acelerando a aplicação de tecnologias remotas e dentro do conceito da Indústria 4.0 e IoT (Internet das Coisas).

 

Se antes as empresas e líderes aguardavam o ”melhor momento”, ele chegou. Desta forma, questionar o status quo, ser criativo e reimaginar constantemente como os cenários poderão está, é uma excelente oportunidade de aplicar o velho “é na crise que se cresce”.

 

Reforma 

 

Segundo Nassim Taleb, no seu livro “Antifrágil”, ainda no prólogo, é dito que devemos sempre pensar na evolução, cultura, sistemas políticos, economia, inovação tecnológica e até mesmo na nossa própria existência como espécie neste planeta. 

 

Nesse contexto, políticas sobre infraestrutura de saúde pública, reservas estratégicas de suprimentos essenciais, instalações de produção de contingência para equipamentos médicos críticos precisarão ser abordadas. Bancos de demais agentes do sistema financeiro e da economia, tendo aprendido com as falhas induzidas economicamente da última crise financeira global, agora devem se esforçar para fortalecer o sistema para suportar choques exógenos agudos e globais, como o impacto dessa pandemia. 

 

As instituições educacionais precisarão considerar a modernização para integrar a sala de aula e o ensino a distância. A lista é imensa…. Em suma: a Indústria, o varejo e os prestadores serviços deverão avançar na digitalização de processos, interligação de diferentes plataformas e tomar decisões baseadas em dados.

 

O Futuro 

 

É inevitável a mudança no perfil do consumo em tempos de crise, mas temos que ter um olhar mais apurado, enxergar que as mudanças já ocorreram e que práticas antigas e erros de certa forma aceitáveis não poderão mais continuar. 

 

O perfil de consumo, demanda e gestão da energia elétrica sempre estarão na pauta das reuniões corporativas, porém, surge uma nova necessidade (e oportunidade!) para impulsionar a adoção da tecnologia, acelerando o rápido aprendizado e aumentando a produtividade.

 

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