16 de março de 2022

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Preço da energia elétrica já supera a inflação

Preço da energia elétrica já supera a inflação

O preço da energia elétrica regulada foi reajustado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diversas vezes em 2021. O impacto da crise hídrica foi sentido no bolso do consumidor e quando analisamos junto a outro momento desafiador da economia nacional, que é esse período de pandemia, o valor da energia elétrica já ultrapassa a inflação.

Explicaremos logo abaixo o que levou a esse cenário e quais são as alternativas para o consumidor.


Crise hídrica e o impacto no bolso do consumidor

A última revisão do valor de energia foi realizada em setembro de 2021 com a aplicação da bandeira de escassez hídrica – a cada 100 kWh são cobrados R$ 14,20 adicionais, um aumento de 49,7% em relação a bandeira vermelha patamar 2 que custava de R$ 9,49 – e que será adotada até abril de 2022, sob a justificativa de custear a geração de energia em condições adversas, como a crise hídrica enfrentada em 2021, a maior em 91 anos, abrindo a necessidade para a utilização de usinas termelétricas.

No gráfico abaixo é mostrada a vertiginosa crescente dos preços da energia elétrica nos últimos dois anos. Em 2020, no acumulado do ano, a inflação da energia alcançou 9,14%, 4,62 pontos percentuais maior que a inflação oficial. Em 2021 a inflação da energia foi de 21,21%, uma variação de impressionantes 110,8% em relação ao IPCA do ano.

Cabe pontuar que esse encarecimento da energia elétrica vem ocorrendo consistentemente ao longo dos anos. O sistema de bandeiras tarifárias criadas pela Aneel desde 2015 só são aplicados ao Ambiente de Contratação Regulada (ACR) ou para o consumidor cativo. Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), apontam que de 2015 a 2021 a tarifa residencial acumula alta de 114%, ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 137%.

Evolução da Inflação da Energia Elétrica Residencial (Acumulado em 12 meses)

Evolução da inflação e comparativo com a energia

Fonte: IBGE. Elaboração: Soma Energia.

 

Além das bandeiras tarifárias, outro ponto importante para o aumento do preço da energia residencial é o próprio ajuste anual de tarifas que leva em consideração, em grande parte dos casos, índices de preços como IGP-M e o próprio IPCA que carrega como subitem em sua composição a inflação o reajuste das bandeiras. Desse modo, o preço da energia é retroalimentado e seu crescimento carrega uma tendência inflacionária, que quase sempre superará a inflação média do país.

Ainda de acordo com a Abraceel, o impacto é menor para os que estão no mercado livre – onde a energia é negociada diretamente com as geradoras. Nos últimos sete anos os preços neste ambiente oscilaram 25% abaixo da inflação.


E como mudar esse cenário?

Essa espiral ascendente do preço da energia pode ser combatida com um melhor planejamento energético do país, a partir de

> melhor distribuição da nossa matriz de energética que ainda depende em grande parte das hidroelétricas – mais de 80%.

> mudanças nos balizadores de reajustes de tarifas – como o IPCA é uma referência de ajuste e seu aumento é impactado pelos reajustes de tarifas, o mercado como um todo sofre um aumento generalizado dos contratos de energia

> revisão dos subsídios e empréstimos ao setor de energia que são repassados diretamente como custos adicionais os consumidores.

Todavia, essas medidas são médio e longo prazos e as perspectivas para 2022 não são animadoras.

 

Um ano difícil


O mercado espera que alguns custos de 2021 ainda sejam escoados para as tarifas de 2022, além disso, não se espera uma recuperação plena dos reservatórios. Assim, o aumento da energia elétrica residencial tende a ser, mais uma vez, superior a inflação do IPCA que de acordo com o Relatório Focus do Banco Central terminará o ano em 5,60% e 3,51% em 2023
. No mesmo relatório o mercado espera que o IGP-M cresça 8,54% em 2022 e 4,08% em 2023.

Além dos fatores estruturais e regulatórios de mercado de energia, a conjuntura nacional e internacional está passando por um momento conturbado com a Invasão Russa à Ucrânia. A Rússia é um grande exportador e petróleo e gás o que gera apreensão para uma escalada nos preços dos insumos produtivos, principalmente na Europa e que provoca em todo mundo, mais pressão inflacionária e incertezas macroeconômicas com projeções para crescimento dos juros.


A importância da Eficiência Energética

Como uma alternativa de uma medida de curto prazo, empresas e famílias devem buscar soluções de eficiência energética.

Já as empresas, o Ambiente Livre de Energia combinado a projetos de eficiência energética conseguem reduzir até 50% da fatura atual. É possível ainda a condução de renegociações de contratos e do gerenciamento das contas de energia, com imparcialidade e uma Gestão Independente nos processos inerentes ao insumo energético.

Veja também o nosso infográfico sobre a evolução da demanda energética até 2031.

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