23 de fevereiro de 2022

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As marcas deixadas pela crise hídrica

As marcas deixadas pela crise hídrica

Em 2021 o Brasil enfrentou a sua maior crise hídrica dos últimos 91 anos. O país passou por um período prolongado de grandes secas e as hidrelétricas sofreram as consequências com reservatórios vazios.

O consumidor acompanhou de perto todas as notícias e o impacto foi imediato e direto no bolso de cada um com reajustes de tarifas, projetos de economia e racionamento. 

 

Apesar da significativa melhora, o que aconteceu deixará marcas por muito tempo, tanto no aspecto econômico como social.



Uma crise que poderia ter sido maior 

 

 

Para se ter uma ideia do tamanho desta última crise hídrica, a região sudeste, responsável por 70% do abastecimento energético do país, chegou a operar com 17% da sua capacidade.

a crise

Se voltarmos um pouco no tempo até o grande apagão de 2001, o cenário poderia ser pior. A matriz energética brasileira se diversificou consideravelmente nos últimos anos, fontes renováveis ganharam espaço à medida que o ambiente de contratação livre também cresceu.

Em 2001, por exemplo, as hidrelétricas eram responsáveis por 85% do abastecimento do país, portanto, a crise seria ainda mais grave e o impacto maior tanto para os agentes como para consumidores.

No último trimestre do ano, as chuvas do sul e sudeste colaboraram para o abastecimento das usinas, amenizando então a crise. Porém, ainda existe preocupação com essa questão além dos impactos que vão durar por muito tempo em diferentes esferas.

 

 

As consequências para os próximos anos

 


O consumidor sentiu no bolso durante 2021 o impacto da crise hídrica. Foi estabelecida bandeira vermelha patamar 2 durante todo o ano (a mais alta), além desta tarifa ter sofrido diversos reajustes.

Em 2022 a conta de luz ainda vai estar alta?

Os efeitos da crise devem permanecer até 2024, segundo especialistas. 

 

“O desafio é olhar para os custos, que foram altos em função desses problemas, somados ao dólar alto e o aumento do IGP-M e do IPCA”, destacou André Pepitone, diretor geral da ANEEL na abertura do XII congresso Brasileiro de regulação em Foz do Iguaçu.

 

Em decisão publicada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informa que o despacho termelétrico deve continuar operando com capacidade máxima, ou seja, todas as usinas termelétricas disponíveis devem gerar energia e, obviamente, as usinas devem ser remuneradas por essa geração.

 

A remuneração acontece de duas formas:

 

PLD (Preço de Liquidação das Diferenças)
Encargos de Serviços do Sistema (ESS), quando o PLD não for suficiente para cobrir o Custo Variável Unitário (CVU) da usina.

A expectativa da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) é que o  custo dessas operações deve chegar a R$5 bilhões, o maior valor do encargo desde que se tem registro (2013).

Quando se enfrenta um momento tão desafiador como esse, as consequências atingem a economia como um todo. O governo criou medidas de empréstimos para distribuidoras, além de outros projetos para resguardar instituições e o próprio consumidor que, apesar de ter encarado a conta mais alta, ainda vai encontrar outras marcas difíceis nos próximos meses.

> Conta de energia com constantes reajustes;
> Falta de previsibilidade;

> Impostos e outras tarifas;
> Racionamento e economia. 

Modernização do setor e a liberdade do consumidor

O que pode-se afirmar é que a matriz térmica vem se modernizando. Como falado anteriormente, será ainda mais comum o uso de fontes alternativas de energia, principalmente aquelas que estejam dentro de um cenário sustentável. Os novos projetos vão exigir tecnologias inteligentes e eficiência para reduzir custos.

 

crise hídrica

Os impactos da crise vão perdurar por muito tempo e empresas que possuem gestão energética como prioridade, vão conseguir previsibilidade no planejamento financeiro e atuação estratégica no que tange eficiência dentro de processos e operação.

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